A busca de Laís Bodanzky pelo mais simples do ser humano

Competição: “Como Nossos Pais”

A diretora Laís Bodanzky conhece a vida de seu público. Isso, no entanto, não se restringe ao fato de ela produzir filmes como “As Melhores Coisas do Mundo”, “Chega de Saudade” e o célebre “Bicho de Sete Cabeças”, que falam justamente sobre pessoas comuns, “gente como a gente”. Na verdade, é o que a própria Bodanzky diz ouvir da plateia quando sai de, por exemplo, uma sessão de “Como Nossos Pais”, seu mais novo longa-metragem que fez estreia nacional no 45º Festival de Cinema de Gramado. “O encontro com o público validou e completou tudo o que eu pensava sobre esse trabalho. A maneira como as pessoas levantam questões sobre ‘Como Nossos Pais’ vem no mesmo tom que o filme. Elas dizem ‘como você conhece a minha vida!’, quase como se estivessem em uma terapia”, conta a diretora.

Narrando o dia a dia de Rosa (Maria Ribeiro), uma mulher que quer ser perfeita em todas suas obrigações como profissional, mãe, filha, esposa e amante, Bodanzky lança novamente um olhar humano e contemporâneo para o tipo de história que marcou a sua trajetória até aqui. Mais do que isso, “Como Nossos Pais” vem da necessidade da diretora de falar sobre uma questão em voga atualmente: a representação feminina, o que ela garante ter sido o “tema de redação” de seu longa já há muitos anos.

Em “Como Nossos Pais”, que evoca a clássica música de Belchior eternizada na voz de Elis Regina, o universo feminino é visto sob a luz das relações familiares, especialmente das trocas promovidas entre diferentes gerações: “Eu queria falar sobre o que a gente pega e transforma de uma geração e entrega para a próxima, o que a gente ensina para nossos pais e sobre quando começa essa inversão de papeis”.

A mistura, claro, leva tons autobiográficos – e Bondazky diz que não poderia ser de outra maneira se tratando de cinema -, mas a provocação também deu tônica ao roteiro. “A mãe vivida pela Clarisse Abujamra é uma mulher da geração intelectual dos anos 1960, que viveu a contracultura com certa entrega e liberdade. Já Rosa, a filha, é careta. E isso acho bonito: ao mesmo tempo em que critica os pais, ela ganha de presente uma mãe que a ensina a ser muito mais libertária, muito mais livre, a correr riscos, transgredir. É no conflito que vem o aprendizado.”, reflete a diretora.

Antes de exibir “Como Nossos Pais”, seu primeiro longa-metragem em competição no Festival de Cinema de Gramado, Bondanzky só havia visitado o evento na década de 1990, quando exibiu o média-metragem “Cine Mambembe – O Cinema Descobre o Brasil” no Palácio dos Festivais em 1999. O retorno ao Festival traz muitas alegrias para a diretora, entre elas perceber como o evento se transformou ao longo dos anos.

“Agora é outra coisa, até porque o próprio cinema brasileiro é diferente. De qualquer forma, a curadoria é fina e me chamou muito a atenção porque reflete o cinema que vivemos hoje e porque está atenta a essa necessidade de fazer um contraste entre novos cineastas e nomes já consolidados”, avalia. O charme do evento também não passa despercebido por ela, que reforça a ideia de que o glamour característico do Festival aliado ao requinte cinematográfico trazido pela curadoria promove “um encontro atômico para o cinema brasileiro”.

Pela frente, Bodanzky tem como objetivo seguir na mesma linha de buscar a humanidade no lado mais simples do ser humano, mas com certa provocação: “Pedro” contará a história de Dom Pedro I, sob o viés de… Pedro, a pessoa. Não o Dom. É mais um capítulo a ser escrito em uma carreira que a diretora assume ser propositalmente sobre nós mesmos.

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(Texto: Matheus Pannebecker/Pauta Conexão – Conteúdo)

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