Os quatros filmes protagonizaram o primeiro debate transmitido pelas redes sociais na manhã deste sábado. Marco, que assina a direção, roteiro, direção de arte, direção de fotografia, trilha musical, trilha sonora original, montagem e desenho de som contou como é fazer cinema em uma cidade de 10 mil habitantes, como Cordisburgo. “Brinco que na verdade agora são 9.999 porque saí de lá aos 18 anos para estudar. É uma cidade de poucos recursos, se preciso comprar um tripé, tenho que ir até a cidade vizinha ou até mesmo a Belo Horizonte, por exemplo. Não tem profissionais de audiovisual lá, não consigo chamar alguém para fazer a luz, então é tudo comigo e com minha esposa”, explicou. Marco contou que em 2017, quando fez os três primeiros filmes dos cinco, chamou Manoel, seu vizinho (que participou de “Retirada para um coração bruto”). “Subi no muro, chamei o Manoel, e convidei: vamos fazer um filme? E ele respondeu: que horas?”, brinca.
A diretora Issis Valenzuela e a atriz Preta Ferreira conversaram sobre “Receita de Caranguejo”. “Para mim, é muito importante fazer parte deste Festival”, comenta Preta. Issis e Preta, mulheres negras e potentes, enfatizam a importância de fazer parte do mercado. Segundo dados da Ancine (Agência Nacional de Cinema) em 2016 75,4% dos diretores dos longas foram homens brancos e 19,7%, mulheres brancas. Os homens negros, por outro lado, dirigiram 2,1%, e as mulheres negras não assinaram a direção de nenhum dos 142 filmes. “É importante a gente ter pessoas negras em todos os lugares. Esses curtas e longas estão chegando, que esse movimento não tenha mais volta”, comenta Issis. Preta Ferreira, que é integrante do MSTC (Movimento Sem Teto do Centro) ficou 108 dias presa. “Me consideraram um perigo para sociedade (dos senhores feudais). A gente sabe como funciona”, comenta.
O debate de “Por que você não chora?” contou com a presença da diretora Cibele Amaral, das atrizes Elisa Lucinda e Carolina Monte Rosa, e do produtor Patrick de Jongh. Cibele, que também é psicóloga, contou sobre o processo de pesquisa para a construção da história e do estigma que gira em torno das questões relacionadas à saúde mental. Parte das cenas foram gravadas em uma clínica em atividade.
Já o diretor Martín Desalvo, e os atores Alberto Ammann, Pablo Echarri e Mora Recalde responderam às perguntas de “El Silencio del cazador”, que tem como pano de fundo questões relacionadas ao meio ambiente e aos povos originários. “Infelizmente, o público costuma não aceitar bem filmes que abordam esses temas de forma mais direta, mas procuramos provocar a reflexão, mesmo com uma abordagem subliminar, comenta Desalvo”.
Ministério do Turismo, Secretaria de Estado da Cultura e Stella Artois apresentam o 48º Festival de Cinema de Gramado. Lei de Incentivo à Cultura. Patrocínio: Stella Artois. Copatrocínio: Vero, a maquininha do Banrisul. Apoio Especial: Companhia Riograndense de Saneamento – CORSAN. Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Novas Façanhas. Apoio: Adylnet/Connect City, Laghetto Hotéis, The End, Miolo Wine Group, Stemac Grupos Geradores, Cristais de Gramado, Caracol, Planalto Chocolates e Tecna. Exibidor Oficial: Canal Brasil. Agência Oficial: Vento Sul Turismo. Apoio institucional: Museu do Festival de Cinema de Gramado, SIAV RS, ACCIRS, IECINE, APTC/ABD-RS, Fundacine, Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, Ancine. Agente cultural: AM Produções. Promoção: Prefeitura de Gramado. Financiamento: Pró-Cultura/RS, Secretaria de Estado da Cultura, Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Realização: Gramadotur, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal, Pátria Amada Brasil.