A entrega do Kikito de Cristal a Natalia Oreiro coroa uma carreira repleta de reconhecimentos. O currículo da homenageada impressiona: aos 41 anos, seu trabalho em cinema e televisão já lhe rendeu 18 prêmios como melhor atriz – e em outras 13 ocasiões, ela esteve na lista de indicados. Entre seus troféus estão os importantes Platino, que destaca os melhores do cinema ibero-americano, o Condor de Plata e o Prêmio Sur (equivalentes ao Oscar na Argentina) e o Martín Fierro, direcionado a produções televisivas.
Apesar da trajetória no cinema e na televisão, essa uruguaia nascida em Montevidéu é muito popular também como cantora – seus álbuns lhe renderam três discos de ouro e quatro de platina ao longo da vida. Recentemente sua canção “United by love” foi escolhida como uma das músicas tema da Copa do Mundo de Futebol 2018, na Rússia e ela faz com frequência shows para multidões ao redor do planeta. Mas para quem duvida da vocação principal, Oreiro faz questão de salientar: “sou uma atriz que canta”, disse em entrevista a um diário uruguaio há poucos dias, quando lançou no país seu mais recente filme, a comédia “Re Loca”.
Natalia vive em Buenos Aires desde os 16 anos. A transferência foi uma marca: estava apostando para valer na carreira de atriz, que ensaiava na sua cidade natal desde a infância, em comerciais publicitários. Antes disso, na adolescência, ela conheceu o sucesso ao ser selecionada entre 10 mil meninas para participar do Xou da Xuxa como uma de suas paquitas.
No cinema, sua ascensão foi vertiginosa. Logo na estreia, em “Um argentino em Nova Iorque” (1998), bateu recordes de bilheteria, sendo assistida por 1,6 milhão de espectadores na Argentina. Esse filme também a lançou como cantora pop, faceta que voltaria em muitas outras obras em que participou, como em “Miss Tacuarembó” (2010), em que foi protagonista e interpretou todas as faixas da trilha sonora.
Não demorou para que compartilhasse o set com legendas do cinema portenho, como Norma Aleandro (com quem rodou dois longas: “Cleópatra”, em 2003, e “Música en espera”, 2009) e Leonardo Sbaraglia.
Em 2012 e 2013, foi protagonista das duas produções que a Academia das Artes e Ciências Cinematográficas da Argentina selecionou para representar o país na briga pela indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro: “Infância Clandestina” e “Wakolda”, que teve caminhada exitosa em festivais internacionais, competindo inclusive no importante Prêmio Goya, da Espanha.
Recentemente entregou ao público aquela que é considerada sua obra mais importante até aqui, a cinebiografia “Gilda, não me arrependo deste amor”, que narra a trajetória da mítica cantora e compositora de cumbias, morta tragicamente em 1996. O longa foi considerado “o filme do ano” no país vizinho, em 2016, e ultrapassou a marca de um milhão de espectadores no cinema. Por seu desempenho na pele da biografada, Natalia Oreiro foi reconhecida pela crítica e pelo público, recebendo três troféus de melhor atuação.
A grande estrela uruguaia e internacional recebe o troféu Kikito de Cristal na noite de quarta-feira, 22 de agosto, no Palácio dos Festivais. Natalia Oreiro é a terceira atriz sul-americana a receber a honraria. No ano passado, o troféu esteve nas mãos de Soledad Villamil – por sua vez, precedida de Cecilia Roth. Ambas são argentinas.
FILMOGRAFIA
2018 – “Re Loca”
2016 – “Gilda, No Me Arrepiento de Este Amor”
2014 – “Protocolo Celeste” (cortometraje)
2013 – “Wakolda”
2012 – “Infancia Clandestina”
2011 – “Mi Primera Boda”
2010 – “La Despedida” (cortometraje)
2010 – “Miss Tacuarembó”
2010 – “Francia”
2009 – “Música en Espera”
2007 – “Las Vidas Posibles”
2006 – “La Peli”
2005 – “Al Ritmo del Tango”
2004 – “La Guerra de los Gimnasios” (cortometraje)
2003 – “Cleopatra”
1998 – “Un Argentino en Nueva York”
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