A 48ª edição do Festival de Cinema de Gramado se encaminha para o fim e encerra o ciclo de debates na manhã desta sexta-feira, 25, com as equipes dos curtas brasileiros “Trincheira”, de Paulo Silver, e “O Barco e o Rio”, de Bernardo Ale Abinader, e do longa brasileiro “King Kong en Asunción”, de Camilo Cavalcante.
“King Kong en Asunción”, o longa pernambucano de Camilo Cavalcante encerrou a exibição das mostras competitivas na noite de quinta-feira, 24. No filme, um velho matador de aluguel, vivido pelo saudoso Andrade Júnior, comete o seu último assassinato na região desértica de Salar de Uyuni e se esconde no interior da Bolívia. Após meses isolado, ele viaja para o interior do Paraguai onde recebe uma boa recompensa e segue para Asunción com o objetivo de conhecer sua filha. O filme totalmente latinoamericano, tem na equipe profissionais de cinco países. Há colombianos, paraguaios, argentinos, bolivianos e brasileiros. “Sempre priorizei a espontaneidade, a possibilidade de criarmos juntos. Permitimos os acasos, assumimos os imprevistos como forma de narrativa e estética do filme”, comenta Camilo. O roteiro previa inicialmente uma narração em off do próprio personagem, mas foi narrado em guarani pela atriz paraguaia Ana Ivanova. No elenco também Juan Carlos Aduviri, Fernando Teixeira, Maycon Douglas e Georgina Genes.
A produtora executiva Carol Vergolino falou sobre a experiência de ter a estreia do filme na TV em um momento de pandemia. “Toda a solidariedade a essas famílias dos quase 140 mil mortos. Mortos que esse governo de morte fez com que fossem mais do que as esperadas. O cinema também é a interação de corpos. A classe artística foi a primeira a parar e será a última a voltar. Mas este também é um momento de ver outras possibilidades, há também de se esperançar, ver o que há de saldo positivo e promover o Festival é um ato de resistência. Saldo de poder ser visto na TV por muito mais gente, mas chegar a isso em cima de muitos corpos é muito triste”, avalia.
O alagoano “Trincheira” conta a história de Gabriel, um menino que de um lixão observa o muro de um condomínio de luxo e usa a imaginação para construir seu universo fantástico. Do meio da sucata, do ferro-velho, o menino cria seu mundo e extrapola a própria e precária realidade. “O filme surgiu da vontade de falar sobre a desigualdade. Somos de um estado com a pior distribuição de renda e ‘Trincheira’ foi uma forma lúdica que encontramos para tratar do tema”, comenta Paulo Silver.
O amazonense “O Barco e o Rio” conta a vida de Vera, uma mulher religiosa que vive em um barco no porto de Manaus com a irmã Josi, que frequenta os bares da redondeza, e com quem diverge em diferentes aspectos. “A ideia inicial surgiu da vontade de investigar essas pessoas que circulam no porto e entender suas subjetividades. Essa questão que existe entre as duas irmãs está presente em toda a zona portuária, cheia de bares e igrejas”, comenta o diretor Bernardo Abinader.
Ministério do Turismo, Secretaria de Estado da Cultura e Stella Artois apresentam o 48º Festival de Cinema de Gramado. Lei de Incentivo à Cultura. Patrocínio: Stella Artois. Copatrocínio: Vero, a maquininha do Banrisul. Apoio Especial: Companhia Riograndense de Saneamento – CORSAN. Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Novas Façanhas. Apoio: Adylnet/Connect City, Laghetto Hotéis, The End, Miolo Wine Group, Stemac Grupos Geradores, Cristais de Gramado, Caracol, Planalto Chocolates e Tecna. Exibidor Oficial: Canal Brasil. Agência Oficial: Vento Sul Turismo. Apoio institucional: Museu do Festival de Cinema de Gramado, SIAV RS, ACCIRS, IECINE, APTC/ABD-RS, Fundacine, Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, Ancine. Agente cultural: AM Produções. Promoção: Prefeitura de Gramado. Financiamento: Pró-Cultura/RS, Secretaria de Estado da Cultura, Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Realização: Gramadotur, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal, Pátria Amada Brasil.