Machismo e violência no debate de “El despertar de las hormigas”

O filme da Costa Rica trouxe para o debate os ‘micro machismos’ do dia-a-dia. Isabel, a atriz de teatro Daniela Valenciano, que está em seu primeiro longa, vai buscando maneiras para enfrentar as próprias expectativas e as alheias em relação aos papeis masculinos e femininos delimitados pela família e pela sociedade, especialmente a latino-americana.

A diretora Antonella Sudasassi disse que buscou colocar na tela as pequenas violências, “aquelas que se perpetuam não pela maldade, mas pelo costume”. Evitou usar uma violência exacerbada mas quis manter a expectativa de que ela aconteça a qualquer momento, criando um clima de tensão permanente. Leynar Gomez, ator que interpreta o marido de Isabel na trama, trabalhou o personagem buscando a precisão.  “Na minha maneira de ver, quanto menor o personagem, mais preciso tem de ser”, disse. Gómez tem larga experiência no cinema – talvez seu papel mais conhecido pelos brasileiros seja Limón, motorista de Pablo Escobar (Wagner Moura) em Narcos.

A analogia com as formigas é cara a Antonella. “Elas agem de forma coletiva, persistente e constante”, disse. “Este é um filme íntimo, uma ode às revoluções silenciosas”, afirmou a diretora a um público atento, que aplaudiu a equipe em diversas ocasiões durante a conversa.